Ainda hoje Capitães da Areia
Na época em que o livro foi escrito o autor narrava histórias de meninos abandonados que viviam à margem da sociedade, que eram temidos como se fossem homens muito perigosos, mas, que, além de tudo tinham sentimentos, sonhos, desejos... E hoje ainda há Capitães da Areia? Quem são eles? Onde vivem? O que fazem? Como são tratados?
Tantas perguntas e uma certeza: hoje ainda temos Capitães da Areia e não só abandonados. Na sociedade em que vivemos hoje podemos reconhecer muitos Pedros-Bala, Professores, Sem-Pernas, Pirulitos...
Infelizmente a época é outra, a evolução global é rápida, mas o problema continua o mesmo, porém com uma diferença considerável: muitos tem pai, mãe, irmãos, “família”, estudam e até trabalham.
A sociedade mudou em relação àquela época e com ela os requisitos para ser Capitão da Areia. Quantas crianças e jovens vivem “abandonados” no meio da própria família ( e nem sempre a famílía é pobre), quantas mães trocam o zelo, o cuidado e o carinho para com seus filhos por outros prazeres, outras razões injustificáveis.
Há ainda as mães que os abandonam para que tenham uma vida melhor, pena que nem sempre isso dá certo.
E aquelas que os filhos abandonam para fugir das surras, para viver nas drogas...?
Se quisermos conhecer melhor os “nossos Capitães da Areia”, de hoje basta ligar a TV e assistir ao noticiário da noite ou àquele documentário que a TV mostra orgulhosa de ter feito um trabalho bem feito, “ verdade nua e crua”, mas que se esquece de fazer e incentivar a população a fazer alguma coisa.
Tem também os Capitães da Areia do nosso bairro ou da nossa cidade, aqueles que, POR EXEMPLO, começam cedo sua vida no tráfico, no roubo e que não conseguem deixar essa vida porque todos tem medo, ninguém quer “problema” ou até porque ninguém se aproxima deles.
Mas não podemos esquecer daqueles que consideramos Capitão da Areia, como por exemplo, quando a gente passa na rua e vê crianças catando papelão, já sujas do trabalho árduo, com o rosto sofrido de pequenos homens que não podem brincar se quiserem comer e que a gente passa vê, se compadece por um instante e não chega perto porque tem medo de ser mais m “trombadinha”.
Parece que , na verdade, o problema dos Capitães da Areia continua o mesmo, claro que com alguns aperfeiçoamentos que o tempo e as pessoas trataram de fazer esquecendo-se que esses meninos não são apenas abandonados, sozinhos, “ladrões”, SÃO PESSOAS, tem sentimentos, sonham desejam, sentem falta de gente ao seu lado, de conforto, de amor.
Mas e você já encontrou um Capitão da Areia hoje???
POR MÁRCIA VILELA
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