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quinta-feira, 21 de outubro de 2010

MODERNISMO E JORGE AMADO

Fonte:http://www.ciadaescola.com.br/_.../obriga_download.asp?...%20Capitaes%20da%20Areia...%20Capitaes%20da%20Areia%20 (Artigo) Jorge Amado-Autoria do Resumo e Análise: Lígia Rodrigues Balista
Capitães da Areia é uma obra que se enquadra na Segunda fase do Modernismo brasileiro (1930 – 1945). Na prosa, se consolida nesse período a manifestação do romance regionalista nordestino, que trabalha a desgraça e a opressão do homem, apresentando tipos marginalizados. Através deles analisa toda a sociedade. Jorge Amado se destaca com seus romances nessa fase, ao lado de José Lins do Rego, Raquel de Queiroz e Graciliano Ramos – personalidades políticas e das letras com quem o escritor mantinha amizade.
A convivência com o Movimento de 30 marca a personalidade desse escritor, especialmente na preocupação com os problemas brasileiros. É nesse período que a escritora Raquel de Queiroz lhe apresenta os ideais igualitários do comunismo. Fases da obra de Jorge Amado A obra literária de Jorge Amado pode ser dividida em três fases: uma com predomínio de preocupações político-sociais, no começo da carreira; outra sobre o ciclo do cacau; e outra ainda com maior exploração do lirismo e da sensualidade feminina. Na primeira incluem-se Capitães da Areia, Suor, Jubiabá e Mar Morto; na segunda, as obras Cacau, Terras do Sem-Fim e São Jorge de Ilhéus; na terceira, iniciada com Gabriela, cravo e canela (que apesar de se passar na zona do cacau não é sobre o ciclo do cacau em si), incluem-se Dona Flor e seus Dois Maridos, Teresa Batista Cansada de Guerra e Tieta do Agreste.
Capitães da Areia foi escrito em 1937, pouco depois da implantação do Estado Novo por Getúlio Vargas. Jorge Amado o escreve durante uma longa viagem que fez pelo Brasil, pela América Latina e pelos Estados Unidos. Ao retornar, é preso pela segunda vez devido à supressão da liberdade política que decorria do Estado Novo.
Consta que o livro foi censurado e que se queimaram cerca de mil exemplares em praça pública, em Salvador. Somente em 1944 a obra é reeditada e volta às livrarias, tendo, desde então, muitas edições em português e em outros idiomas.
O Jornal de Salvador de 1937 noticiou a queima dos livros de Jorge Amado pela polícia do Estado Novo em matéria intitulada: “Incinerados vários livros considerados propagandistas do credo vermelho”. A notícia explica que os livros de Jorge Amado e de José Lins do rego foram os mais atingidos na apreensão, que incinerou livros “julgados como simpatizantes do credo comunista”, com termo oficial datado de 19 de novembro de 1937. 9 Alfredo Bosi indica que Capitães da Areia veio após um primeiro momento de consolidação da fórmula do “romance proletário”, em que o autor trabalha já com depoimentos líricos em torno de amores marinheiros. Chama essa fase de “ciclo de romances urbanos de Salvador”.
Este livro foi, assim, escrito na chamada primeira fase da carreira de Jorge Amado, na qual se notam grandes preocupações sociais (com denúncia da miséria e da opressão das classes populares). Os Capitães da Areia são heróis no ‚estilo Robin Hood.As autoridades e o clero são retratados como opressores, cruéis e responsáveis pelos males (Padre José Pedro é, de certa forma, uma exceção). Há, ao longo da narrativa, um aumento de consciência sobre a situação geral do país e em particular daqueles meninos, num encaminhamento para a luta política.
É um livro que, de certa forma, rompe com questões do romance tradicional, sendo, junto com outros dessa fase de Jorge Amado, um romance de denúncia social, que retrata o
amor proletário entre Dora e Pedro Bala. É considerado um romance lírico-revolucionário, que expressa o desejo por uma sociedade igualitária.

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