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sexta-feira, 5 de novembro de 2010

AINDA HOJE CAPITÃES DA AREIA

Ainda hoje Capitães da Areia

Na época em que o livro foi escrito o autor narrava histórias de meninos abandonados que viviam à margem da sociedade, que eram temidos como se fossem homens muito perigosos, mas, que, além de tudo tinham sentimentos, sonhos, desejos... E hoje ainda há Capitães da Areia? Quem são eles? Onde vivem? O que fazem? Como são tratados?
Tantas perguntas e uma certeza: hoje ainda temos Capitães da Areia e não só abandonados. Na sociedade em que vivemos hoje podemos reconhecer muitos Pedros-Bala, Professores, Sem-Pernas, Pirulitos...
Infelizmente a época é outra, a evolução global é rápida, mas o problema continua o mesmo, porém com uma diferença considerável: muitos tem pai, mãe, irmãos, “família”, estudam e até trabalham.
A sociedade mudou em relação àquela época e com ela os requisitos para ser Capitão da Areia. Quantas crianças e jovens vivem “abandonados” no meio da própria família ( e nem sempre a famílía é pobre), quantas mães trocam o zelo, o cuidado e o carinho para com seus filhos por outros prazeres, outras razões injustificáveis.
Há ainda as mães que os abandonam para que tenham uma vida melhor, pena que nem sempre isso dá certo.
E aquelas que os filhos abandonam para fugir das surras, para viver nas drogas...?
Se quisermos conhecer melhor os “nossos Capitães da Areia”, de hoje basta ligar a TV e assistir ao noticiário da noite ou àquele documentário que a TV mostra orgulhosa de ter feito um trabalho bem feito, “ verdade nua e crua”, mas que se esquece de fazer e incentivar a população a fazer alguma coisa.
Tem também os Capitães da Areia do nosso bairro ou da nossa cidade, aqueles que, POR EXEMPLO, começam cedo sua vida no tráfico, no roubo e que não conseguem deixar essa vida porque todos tem medo, ninguém quer “problema” ou até porque ninguém se aproxima deles.
Mas não podemos esquecer daqueles que consideramos Capitão da Areia, como por exemplo, quando a gente passa na rua e vê crianças catando papelão, já sujas do trabalho árduo, com o rosto sofrido de pequenos homens que não podem brincar se quiserem comer e que a gente passa vê, se compadece por um instante e não chega perto porque tem medo de ser mais m “trombadinha”.
Parece que , na verdade, o problema dos Capitães da Areia continua o mesmo, claro que com alguns aperfeiçoamentos que o tempo e as pessoas trataram de fazer esquecendo-se que esses meninos não são apenas abandonados, sozinhos, “ladrões”, SÃO PESSOAS, tem sentimentos, sonham desejam, sentem falta de gente ao seu lado, de conforto, de amor.
Mas e você já encontrou um Capitão da Areia hoje???
POR MÁRCIA VILELA

Intertextualidade

O filme "Última parada 174 " dirigido por Bruno Barreto,relata a vida de Sandro um dos protagonista da trama. Sandro um morador de rua que sobreviveu a Chacina da Candelária, vive cometendo furtos e assaltos, e a rua representa sua moradia. O diretor Bruno Barreto relatou de uma maneira intrigante e dinãmica a versão dos fatos sobre o olhar de Sandro que anos depois manteve refém passageiros do ônibus 174 no Rio de Janeiro. Esse acontecimento repercutiu de uma maneira triste nos jornais e revista do Brasil inteiro, causando indignação e tristeza para a população brasileira. No filme" Última para 174" relata a vida e o pensamento de crianças que moram na rua, e como essas ficam longe de sentimentos como respeito e carinho, para elas isso não existe, parece algo distante de suas vidas. O fim que teve Sandro sobrevivente da candelária, quando teve a triste idéia de sequetrar o ônibus 174. O protagonista do filme representou a rotina de crianças que se refugiam nas ruas para esquecerem suas vidas excluidas e abandonadas pela sociedade. O protagonista Sandro do filme, remete ao personagem Perdro Bala de "capitães da Areia ", livro de Jorge Amado, que narra histórias de crianças que vivem na rua, cometendo furtos e roubos, e sofrem pelo abandono da sociedade e da falta de amor que não tiveram . Observa-se que a mesma personalidade que jorge Amado descreve Pedro Bala e a mesma que permeia a vida de Sandro no filme. O abandono a e falta de carinho provocam, no ser humano um despreso e não apego a sentimentos que julgamos nobres. Esses sentimentos são excluidos da vida de um menor abandonado..
Até que ponto somos esquecidos? A sociedade faz questão de ser esquecida, pois só lembramos o que queremos e o nós convém..., para que nós preocupar com o próximo, se já temos tantos problemas? Não é verdade?...

CRIANÇAS BOAZINHAS VÃO PARA O CÉU AS MÁS VÃO À LUTA

CRIANÇAS BOAZINHAS VÃO PARA O CÉU AS MÁS VÃO À LUTA
“O que ele queria era felicidade, era alegria, era fugir de toda aquela miséria, de toda aquela desgraça que os cercava e os estrangulava. Havia, é verdade, a grande liberdade das ruas. Mas havia o abandono de qualquer carinho, a falta de todas as palavras boas.”
O texto acima nos remete ao livro de Jorge Amado, Capitães da areia, publicado em 1937, ao filme de François Truffat, Os incompreendidos, exibido em 1959, e a realidade vivida e sentida por centenas de crianças de rua, nos dias de hoje. Será que o leitor tem idéia de onde vem esse texto? Quando ele foi escrito? Está certo quem optou por Capitães da areia, apesar de parece surreal que na década de 30, nosso grande escritor, consiga falar uma realidade atual e principalmente universal. Menores abandonados? Moleques? Excluídos? Pivetes? Trombadinhas? Vagabundos? Incompreendidos? Malandros? Ladrões? Perigosos?... Tantos nomes por apenas uma condição social, a de serem abandonadas, rejeitadas, sem escolhas essas crianças vivem em um mundo paralelo a realidade, um submundo, que lhes dá garantia de “vida”, ou melhor, lhes dá garantia de sobrevivência, pois essas crianças não vivem, somente sobrevivem. Roubar, extorquir, enganar, machucar e até mesmo matar são a rotina desses infelizes. Vivem com suas próprias leis, regras, seus próprios desafios, seus próprios medos, aonde a violência, a fome, a discriminação, a promiscuidade, o homossexualismo, a mentira invadem suas infâncias, sem o menor constrangimento, a dignidade lhes é arrancada muito cedo, o medo lhes é parceiro do dia-dia, a revolta uma constante martelada, a luta pela sobrevivência, um risco diário e a ausência de carinho, uma dolorosa verdade. Sem referências essas crianças vivem a margem de uma sociedade que as desprezam. Sem opções, são tratados como ladrões e acabam se tornando até mesmo assassinos. Porém em todos, sem exceção, existe a angústia da ausência de um lar, de ter alguém que dê colo, um carinho, um beijo se quer. Em Capitães da areia, que de tão atual, chega a ser assustador, vemos a luta pela sobrevivência de um grupo de crianças baianas, liderados por Pedro Bala nas ruas desde os cinco anos, cuja agilidade sugerida pelo apelido, merece especial atenção, vemos Volta Seca, um menor mulato sertanejo, que viera da caatinga, tinha ódio das autoridades e sonhava se tornar cangaceiro tinha como ídolo, Lampião, o que não difere dos atuais “Voltas Secas” que tem ódio das autoridades, sonham se tornar traficantes e tem como ídolos, Marcola, Fernandinho Beira Mar, as histórias se repetem. A figura feminina mais expressiva do livro, é Dora que acaba sendo o único referencial feminino, tornando-se assim mãe para uns, irmã para outros e mulher, para Pedro Bala. François Truffat, diretor de Os incompreendidos, respondeu em uma entrevista o sentimento real não só do personagem, Antoine, mas o sentimento em que viviam as crianças de Jorge Amado e o sentimento em que vivem as crianças de rua atualmente. “– Fico muito surpreso quando me dizem que se trata da solidão de uma criança. É exatamente isso o que eu queria.” (Eduardo Veras, Agência RBS) No filme, vemos Antoine, um menino de 14 anos que apesar de ter família não se sente querido, amado ou recebe qualquer carinho, ao contrário, mãe, padastro, professor, o tratam com desprezo, chamando-o sempre de mentiroso fazendo assim com que ele encontre nas ruas um refúgio. O tempo passa, mas a condição continua a mesma. Sabemos que essa é exatamente a condição de muitas crianças de rua. Podemos perceber com isso que em qualquer época, em qualquer lugar, sem amor, sem fraternidade, sem carinho não se constrói cidadãos, são construídos... menores abandonados? Moleques? Excluídos? Pivetes? Trombadinhas? Vagabundos? Incompreendidos? Malandros? Ladrões? Perigosos?

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Fatos e Dados

Violência doméstica atinge crianças

No mês em que se lembra o Dia Internacional das Crianças Vítimas de Agressão (4 de junho), dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) apontam para um horizonte desanimador no combate à violência infantil. De hora em hora uma criança morre torturada, queimada ou espancada pelos próprios pais em todo o mundo.
No Brasil, a violência dentro de casa é a que mais vitima crianças e adolescentes. De acordo com a Sociedade Internacional de Prevenção ao Abuso e Negligência na Infância, 12% das 55,6 milhões de crianças brasileiras menores de 14 anos são vítimas anualmente de alguma forma de violência doméstica. Em média, 18 mil crianças são agredidas por dia, 750 violentadas por hora e 12 vítimas de agressão por minuto.
As mais afetadas são meninas entre sete e 14 anos, que sofrem principalmente de abuso sexual. Já a violência física atinge tanto os meninos quanto as meninas. Além da agressão corporal, o abandono, a negligência e a violência psicológica também fazem centenas de vítimas todos os dias nas famílias brasileiras.
Segundo a psicóloga do Centro Regional de Atenção aos Maus Tratos na Infância (Crami) Jaqueline Soares Magalhães Maio, a questão cultural é a que mais se relaciona com a violência infantil. Para ela, a cultura da família brasileira possibilita que os pais se excedam sobre o filho com total isenção e com a prerrogativa de educar.
“A gente ainda tem aquela cultura de que o pai e a mãe são proprietários do filho e podem fazer com ele o que bem entenderem, porque os próprios pais foram educados assim. Se o filho faz alguma coisa errada, apanha. E o que começa apenas com um tapinha vai evoluindo para uma cintada, até chegar num espancamento”, disse.
Entre os principais fatores geradores de violência física doméstica, de acordo com a Sociedade Internacional, está a crença dos pais na punição corporal dos filhos como método educativo; a visão das crianças e adolescentes como objetos de sua propriedade e não como um sujeito de direitos; a baixa resistência ao estresse por parte do agressor, que desconta o cansaço e os problemas pessoais nos filhos; o uso de drogas e o abuso de álcool e problema psicológicos e psiquiátricos.
Segundo o Unicef, os agressores mais comuns são, em sua maioria, os pais biológicos, que respondem por 70% das agressões deflagradas contra as crianças. O cônjuge que mais agride os filhos é a mãe, até mesmo por passar boa parte do tempo com eles. Entretanto, as lesões mais graves são causadas pelo pai, por conta da força física.
Cumplicidade
Em vigor desde julho de 1990, o Estatuto da Criança e do Adolescente tem como principais objetivos prevenir a agressão e amparar as crianças vítimas de violência. Em seu artigo 5º, o documento condena a omissão: “Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração ou violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado por ação ou omissão aos seus direitos fundamentais”.
“Se você se omite, também está indo contra o direito da criança e do adolescente, que é o caso de uma mãe cúmplice ou de um profissional que não denuncia”, explicou a psicóloga Jaqueline. Segundo ela, muitas mães concordam com o uso da força na educação do filho porque acham que o pai pode educar do jeito que quiser. “Muitas vezes a própria mãe é vítima [do marido] e fica na mesma condição da criança. Ela sofre ameaças e fica nessa posição de submissão. No caso de abuso sexual, tem mãe que sabe que o pai molesta o filho, mas finge que não [vê] porque não sabe lidar com a situação”, afirmou.
Para a psicóloga e professora em Pós-Graduação em Psicologia da Saúde na Universidade Metodista de São Paulo, Marília Vizzotto, a melhor forma de combater a violência infantil é a prevenção. “Acredito muito mais na prevenção porque abarca cuidados maternos, amamentação e cuidados com a criança na escola para que ela tenha uma boa educação”, disse.
Em caso de violência, o melhor procedimento a se tomar, segundo Marília, é a mãe, a professora ou os vizinhos procurarem o Conselho Tutelar ou a Delegacia da Mulher, que já sabem lidar com esse tipo de ocorrência. Entretanto, completa Marília, “a maioria das crianças agredidas não chega ao Conselho ou às delegacias”. Segundo ela, “as mães dão mil desculpas, mas não levam os filhos”.
Fabio Leite (site http://www.metodista.br/cidadania/numero-21/)
Projeto ajuda crianças de rua em São Bernardo

De acordo com o artigo 70 do Estatuto da Criança e do Adolescente “é dever de todos prevenir a ocorrência de ameaça ou violação dos direitos da criança e adolescente”. Nesta missão, todos estão incluídos: Governo e sociedade.

Esta ação preventiva e de combate à violência infantil, no entanto, é feita, na maioria dos casos, por Organizações não-governamentais. Em São Bernardo do Campo, a ONG Projeto Meninos e Meninas de Rua existe desde 1983 para atender crianças e adolescentes que vivem “em situação de rua”, como gosta de observar a coordenadora do projeto em São Bernardo, Cidinéia Bueno Mariano.
O projeto surgiu para denunciar um grupo de extermínio de crianças que havia no centro da cidade. Na época, uma equipe de pessoas vinculadas à Pastoral do Menor, que reunia as igrejas Católica, Metodista e Presbiteriana Independente, resolveu ir às ruas para atender e proteger os meninos e meninas executados por matadores, contratados por comerciantes da região para intimidar adolescentes que praticavam pequenos roubos.
Em 1986, foi criado o Restaurante Comunitário, que oferecia refeições aos jovens, a horta comunitária e diversas outras atividades. Em 1990, a ONG lutou e ajudou a escrever o texto do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Segundo Cidinéia, hoje o projeto presta atendimento para crianças e adolescentes em situação de rua, organiza os jovens moradores dos bairros periféricos, com o apoio de suas famílias, e promove a inclusão social. “Nós visamos sempre o retorno das crianças e dos adolescentes às suas famílias”, conta.
Os jovens atendidos são tanto aqueles que vivem na rua, pois não têm família ou não podem voltar para casa, quanto àqueles que “trabalham” na rua, como flanelinhas, engraxates, vendedores de bala e outros serviços.
“Ninguém é filho da rua. Então, primeiro tentamos que voltem para casa, trabalhando tanto com os jovens quanto com suas famílias. Se não der, procuramos outro lugar. Apenas, em último caso, eles são encaminhados para abrigos”, disse Cidinéia. De acordo com dados do último trimestre, foram atendidos no centro de São Bernardo cerca de 85 crianças e adolescentes que moram nas ruas e 189 que trabalham. As famílias também são atendidas. No mesmo período, 171 famílias foram ajudadas ou orientadas pela ONG.
Entre os atendimentos prestados estão apoio escolar, médico, oficina de teatro, dança, música e esporte. Para conseguir ajudar os adolescentes e manter os projetos, a ONG tem convênio com a Fundação Criança, da Prefeitura de São Bernardo, além de diversas outras instituições que ajudam o Projeto. A Universidade Metodista de São Paulo, por exemplo, ofereceu em março deste ano, um curso básico de informática para cerca de 75 jovens do projeto.
Outra ação é o bloco carnavalesco “Eu Reconheço o Estatuto da Criança e do Adolescente” (Eureca), existente há 15 anos, que conta com cerca de 3.500 jovens e educa a comunidade, com a divulgação de princípios cidadãos.
O Projeto Meninos e Meninas de Rua atua também em Guarulhos (SP), onde promove ações semelhantes com as crianças e adolescentes de rua da cidade.
Thiago Varella (site http://www.metodista.br/cidadania/numero-21/)

Uma pequena avaliação da obra

A obra Capitães da Areia foi escrita por Jorge Amado durante a primeira fase de sua carreira de onde podemos observar com nitidez a preocupação do autor com o contexto social baiano da época (época da ditadura militar), com um foco peculiar nos meninos de rua de Salvador. Em referência a esse período, o autor descreve as autoridades no geral e inclusive o clero como personagens opressores, com exceção ao Padre José Pedro que é um dos poucos que tenta ajudar os Capitães de Areia. Jorge Amado desenvolve sua trama, descrevendo o grupo Capitães da Areia como heróis atingindo o patamar de heróis como Robin Hood. A obra no geral tem predominância quanto às preocupações sociais, porém também vemos nitidamente como os problemas existenciais de cada um dos garotos do bando os fazem personagens únicos e corajosos, apesar de viverem em um contexto social de opressão.
A narrativa se desenrola no Trapiche (hoje Solar do Unhão e o Museu de Arte Moderna); no Terreiro de Jesus (na época era lugar de destaque comercial de Salvador); onde os meninos circulavam na esperança de conseguirem dinheiro e comida devido ao trânsito de pessoas que trabalhavam lá e passavam por lá; no Corredor da Vitória área nobre de Salvador, local visado pelo grupo porque lá habitavam as pessoas da alta sociedade baiana.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Clipe sobre o estatuto da infância e adolescência

Este clipe foi feito no intuito de informar sobre alguns pontos importantes encontrados no estatuto da infância e adolescência e fazer com abramos os olhos quanto aos problemas enfrentados pelas crianças que vivem na rua e/ou não tem condições dignas de existência.

Sinopse do filme "Os incompreendidos"
Antoine Doinel (Jean-Pierre Léaud) é o filho negligenciado de Gilberte Doinel (Claire Maurier), que parece ter tempo para tudo menos o bem-estar da criança. Julien Doinel (Albert Rémy) não é o pai biológico, mas cria o menino como se fosse seu filho. Gilberte está tendo um caso e não se surpreende quando, por acaso, Julien fica sabendo que Antoine não está indo à aula, pois ela sabia que na hora do colégio o filho a tinha visto com seu amante.
A situação se agrava quando Antoine, para justificar sua ausência no colégio, "mata" a mãe. Quando seus pais aparecem na escola, a verdade é descoberta e Julien o esbofeteia na frente de seus colegas. Após isto ele foge de casa e arruma um lugar para dormir. Paralelamente seus pais culpam um ao outro pelo comportamento dele, após lerem a carta na qual ele se despede. No outro dia Antoine vai à escola normalmente.
Lá sua mãe o encontra e se mostra preocupada por ele ter passado a noite em uma gráfica. Ela alegremente o aceita de volta, mas os problemas não acabam. Antoine se desentende com um professor, que o acusa de plagiar Balzac. Como ele odeia a escola, sai de casa de novo e para viver é obrigado a fazer pequenos roubos.
(www.odorocinema.com)
François Truffaut (Paris, 6 de Fevereiro de 1932Neuilly-sur-Seine, 21 de Outubro de 1984) foi um cineasta francês. Um dos fundadores do movimento cinematográfico conhecido como Nouvelle Vague e um dos maiores ícones da história do cinema do século XX, em quase 25 anos de carreira como diretor Truffaut dirigiu 26 filmes, conseguindo conciliar um grande sucesso de público e de crítica na maior parte deles. Os temas principais de sua obra foram as mulheres, a paixão e a infância. Além da direção cinematográfica, ele foi também roteirista, produtor e ator.

Infância

François Truffaut nasceu no início dos anos 1930, filho de Roland Lévy e Jeanine de Montferrand. O garoto jamais conheceu o pai biológico e foi criado pelos avós maternos - já que a mãe o rejeitara. O avô era um homem rígido, enquanto a avó despertou no menino a paixão pela literatura e música. Com sete anos, François viu o primeiro filme no cinema, Paradis perdu, de Abel Gance. Dali em diante, interessou-se assiduamente pela sétima arte. Aos 10 anos, François perdeu a avó e foi morar com a mãe, que estava casada com Roland Truffaut, um arquiteto católico.
Este acabou registrando o garoto com o seu sobrenome. Foi o período mais difícil da infância de Truffaut. Rechaçado tanto pelo pai adotivo quanto pela mãe, seu espírito rebelde transformou-o em um mau aluno na escola e induziu-o a cometer alguns atos de deliquência, como pequenos furtos. Esta fase de convívio com os pais inspiraria Truffaut em seu primeiro trabalho cinematográfico, o autobiográfico
Os Incompreendidos/Os 400 golpes.
Naquele tempo, François Truffaut costumava matar aula para assistir a muitos filmes secretamente, muitas vezes com o colega de classe Robert Lachenay, seu grande amigo na infância. Aos 14, Truffaut abandonou a escola definitivamente e passou a viver de pequenos trabalhos e alguns furtos. A paixão pelo cinema fez o jovem Truffaut fundar, em
1947, um cine-clube, chamado "Cercle cinémane". Aquela era uma época de enorme efervencência cultural na França pós-II Guerra Mundial, e os cineclubes, lotados, eram o local para se assistir às projeções e discuti-las depois. Mas o "Cercle" não teria vida longa, já que ele concorria com o"Travail et culture", cine-clube do escritor e crítico de cinema André Bazin. Bazin soube que o "Cercle" estava à beira da falência e foi conhecer Truffaut. Sensibilizado com o menino cinéfilo, o crítico tornar-se-ia uma espécie de "pai" para François.
A influência de Bazin na vida de François Truffaut foi decisiva. O jovem tornou-se autodidata, esforçando-se para ver três filmes por dia e ler três livros por semana. Ele até chegou a fazer um acordo com o pai adotivo, que lhe custearia despesas derivadas de sua vida cinéfila.
Em troca, Roland Truffaut exigiu que François arrumasse um emprego estável e abandonasse o seu cine-clube de vez. Mas o garoto descumpriu o acordo, e Roland Truffaut internou-o em um reformatório juvenil de
Villejuif, e passou sua custódia para a polícia. Os psicólogos do reformatório contactaram Andre Bazin, que prometeu dar um emprego a François no "Travail et culture". Sob liberdade condicional, Truffaut foi internado em um lar religioso de Versailles, mas seis meses depois foi expulso por mau.
(pt.wikipedia.org/wiki/François_Truffaut)

AÇÕES CONTRA AS DESIGUALDADES SOCIAIS

AÇÕES INDIVIDUAIS

http://ongmds.blogspot.com/


ACÕES NACIONAIS

Ministério do Desenvovimento Social e combate a Fome - MDS

http://www.mds.gov.br/


AÇÕES INTERNACIONAIS

UNICEF

http://www.unicef.org/brazil/pt/

Liberdade

A liberdade é explicitade de uma maneira muito linda, no livro de Jorge Amado"Capitães da Areia".Essa liberdade defendida nas histórias narradas no livro, alude de uma forma rica e delicada como as ruas de Salvador eram os cenários de histórias de meninos que se imbricavam e e se separavam ao mesmo tempo. Meninos valentes e destemidos pela força insuperável de viver e deixar sua marca de luta, de honra e de amor. Os capitães da Areia é uma obra literária brasileira de uma preciosidade muito grande, pois, nela encontramos relatos e histórias que remontam a sociedade daquela época de uma maneira fascinante e contagiosa.
Capitães da Areia

De um inicio atribulado a uma carreia de sucessos , assim se resume a crônica de Capitães da Areia , hoje uma das obras mais apreciadas por seus leitores tanto no Brasil quanto no exterior.Publicada em 1937, pouco depois de implantado o Estado Novo, o livro teve a primeira edição apreendida e exemplares queimados em praça pública de Salvador por autoridades da ditadura . Mas como Fênix , ressurgiu das cinzas quando a nova ediçao em 1944 marcou época na vida literária barsileira . A partir de então sucederam-se as ediçoes ,nacionais em idiomas estrangeiros , e as adptações para rádio , teatro e cinema . Patético documento sobre a vida dos meninos abandonados nas ruas de Salvador, Jorge Amado a descreve em paginas carregadas de uma beleza, dramaticidade e lirismo poucas vezes igualadas na literatura universal.Dividido em três partes o livro atinge o clímax inesquecível no capítulo"Canção da Bahia, Canção da Liberdade "em que é narrado a emocionante despedida de um dos personagens da história , marcante criação do autor , que se afasta dos seus queridos Capitães da Areia " na noite misteriosa das macumbas , enquanto os atabaques ressoam como clarins de guerra" (Jorge Amado 1912-2001.Capitães da Areia romance ; ilustraçoes.115 edição Rio de Janeiro.Record , 2004)

domingo, 31 de outubro de 2010

Uma pequena análise intertextual entre o livro "Os capitães da Areia" e o filme "Os Esquecidos"

O filme os Esquecidos se passa na cidade do México em 1950. O filme é baseado em fatos reais e todos os personagens são verdadeiros. Considerada uma grande cidade moderna, o México esconde atrás de suas riquezas lares atingido pela pobreza, crianças sem alimentação, saúde e escola. Todos estes aspectos impulsionam as crianças e adolescentes a se tornarem delinqüentes. Algumas destas crianças até possuem família como o personagem Pedro. Porém sua mãe possui outros três filhos além dele, trabalha o dia todo para conseguir levar um pouco de comida para casa. Sendo difícil dividir comida e atenção, ela não dá a mínima para Pedro, quanto menos filhos melhor. Ele só queria atenção e carinho de sua mãe. Ele pede o amor dela, diz que quer melhorar seu comportamento, mas não sabe como. O filme mostra também um garoto que fica aguardando o seu pai o dia todo, porém ele não aparece. Isto era comum ocorrer, pois as famílias possuíam muitas bocas para alimentar e nenhuma condição para isto. Nós podemos ver claramente a intertextualidade do filme “Os Esquecidos” com o livro “Capitães da Areia”. Este livro foi escrito em 1937 por Jorge Amado. Ele retrata a vida de um bando de meninos abandonados que vivem em Salvador e praticam assaltos para poder se alimentar e sobreviver. Alguns também como o personagem Pedro do filme, já possuíram família algum dia, mas foram abandonados ou tiveram que abandoná-la por algum motivo, como ser espancado ou mesmo falta de amor. Tanto no filme quanto no livro os meninos são vistos pela sociedade como delinqüentes, vagabundos, devendo todos serem presos para que as ruas fiquem limpas e livres deles. O que praticamente ninguém vê, é que apesar de se comportarem na maioria das vezes como adultos, fumando, bebendo ou se envolvendo com mulheres, eles não passam de crianças carentes, não só de alimentação, mais principalmente de carinho, carinho de pai, carinho de mãe, carinho de qualquer um, simplesmente carinho. É necessário ver além da rebeldia, tentar compreender o que eles estão fazendo nas ruas. Será que eles estão ali porque querem? Eles praticam os delitos porque querem? Será que existe alguma outra perspectiva de vida para eles? São questionamentos a serem refletidos.

RESUMO DO ENREDO DO FILME "OS ESQUECIDOS"

O filme se passa na cidade do México em 1950. Em meio a muita pobreza, as pessoas tinham que se virar para conseguir comida, trabalhavam muito e faziam o que fosse possível. Há um cego que canta para conseguir alguns trocados, outros vendem leite, ovos etc. Neste mesmo meio muitas crianças e adolescentes vivem pelas ruas, se reunindo em bandos para roubar e assim conseguir comida. Jaibo um rapaz recém saído do reformatório se torna uma espécie de líder de um bando e usa dos piores artifícios para conseguir o que quer. Ele além de roubar e ensinar aos outros meninos, bate em pessoas com deficiências e destrói os seus pertences e instrumentos de trabalho, ordenando que os meninos façam o mesmo. Ele espanca até a morte um rapaz a quem ele achava que havia sido seu relator, o colocando no reformatório. Um dos meninos do bando, Pedro, estava junto com ele e vê tudo. Jaibo o ameaça, dizendo que acontecerá o mesmo com ele caso conte para alguém o que viu. Pedro possuía família, mas sua mãe com mais três filhos para alimentar preferia que ele não voltasse para casa. Ela não demonstrava nenhum amor por ele. Pedro consegue um emprego de ajudante e diz a sua mãe que vai se comportar e ajudar com as despesas. Enquanto estava trabalhando Jaibo vai até o seu trabalho e rouba uma faca de lá sem Pedro perceber. Pedro é acusado de roubar a faca e sua mãe o entrega a polícia, sendo ele levado a uma fazenda escola. Estando perto de se regenerar, ele encontra novamente com Jaibo que rouba o dinheiro que o diretor da fazenda escola havia lhe dado para comprar cigarros para ele. Pedro então vai atrás de Jaibo, eles brigam e Pedro relata que foi ele matou o rapaz. Com a polícia atrás dele, ele se esconde, até que encontra Pedro novamente e o mata. Em seguida Jaibo é assassinado pela polícia. O filme termina com os dois mortos e o corpo de Pedro sendo jogado em meio a um monte de lixo enquanto sua mãe o procurava.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Bom, a questão das crianças abandonas não é privilégio somente do Brasil, pois países como México e França também sofrem com o descaso da sociedade em relação aos pequenos órfãos. No México foi lançado em (2004) o filme "Os esquecidos" de Forgotten, onde ele por meio da pobre daquelas crianças relatou a vida delas nas ruas mexicanas. Um outro filme bastante interessante é "Os incompreendidos" (1959) de François Truffaut. O filme relata a saga vivida nas ruas de Paris, pelo jovem Antoine Doinel de apenas 13 anos. Após ser odiado pela sua mãe e desprezado por seu padrasto, o protagonista (Antoine Doinel), vai para ruas e vive a mais completa MISÉRIA.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

O autor Jorge Amado, exprime em sua obra o mais puro sentimento de angústia e medo que os Capitães de areia, vivência no dia a dia. Eles relatam que são órfãos e roubam porque não encontram outra forma de sobreviverem, porém a história vai mostrando que há sim outras formas de viver, como a pintura. O professor encontrou na arte de pintar um refúgio para a sua dor, já Pirulito viu em Deus sua salvação. Em nome de Deus ele roubou de uma loja uma pequena Santa, que carregava em seus braços um pequeno e friorento menino, ele sentiu a necessidade de protege- lo.

PARA BAIXAR O FILME CAPITÃES DA AREIA:

http://http://www.tvmidia.net/filme/Capitaes-Da-Areia-Nacional/

Para ler e baixar o livro Capitães da Areia na íntegra:

http://www.culturabrasil.pro.br/zip/capitaesdeareia.pdf

INTERTEXTUALIDADE

Confira algumas obras que mantêm alguma relação de intertextualidade com a obra Capitães da Areia, de Jorge Amado:
Fonte : http://www.ciadaescola.com.br/_.../obriga_download.asp?...%20Capitaes%20da%20Areia...%20Capitaes%20da%20Areia%20.(Artigo) Jorge Amado-Autoria do resumo e análise: Lígia Rodrigues Balista

Poema "Bandido Negro", de Castro Alves

O texto abaixo é a epígrafe e as duas primeiras estrofes do poema "Bandido Negro" do poeta romântico, também baiano, Castro Alves.


Bandido negro (Castro Alves)
Corre, corre, sangue do cativo
Cai, cai, orvalho de sangue
Germina, cresce, colheita vingadora
A ti, segador a ti. Está madura Aguça tua foice,
Aguça, aguça tua foice.
(E. SUE – ‚Canto dos Filhos de Agar..)
Trema a terra de susto aterrada...
Minha égua veloz, desgrenhada,
Negra, escura nas lapas voou.
Trema o céu ... ó ruína! ó desgraça!
Porque o negro bandido é quem passa,
Porque o negro bandido bradou:
Cai, orvalho de sangue do escravo,
Cai, orvalho na face do algoz.
Cresce, cresce, seara vermelha,
Cresce, cresce, vingança feroz.
Comentários: Vale ressaltar a proximidade temática (do bandido, do negro, da vingança) entre esse poema e a obra Capitães da Areia. Na narrativa dos jovens excluídos pela sociedade, abandonados à própria sorte não são apenas os negros, outrora escravos (como no poema de Castro Alves), que se levantarão contra essa sociedade burguesa, mas também, os pobres, brancos e mestiços.

Jorge Amado tem grande empatia com esse poeta romântico, sobre quem inclusive escreveu uma biografia romanceada (ABC de Castro Alves), além de colocá-lo como personagem em duas obras.
Há também uma espécie de reivindicação por justiça, que é feita também pelos meninos do trapiche. Por isso o conflito com a ordem estabelecida. Os meninos partem para
fazer justiça com as próprias mãos. Em um plano mais geral, existe o conflito desses jovens com a sociedade, com o status quo, isto é, com a ordem estabelecida. A vingança pode ser então contra alguém em particular (o menino do grupo rival, por exemplo), ou contra todo um setor da sociedade (como é o caso da vingança contra os soldados, por exemplo; ou contra os ricos, de maneira geral).

Música “Meu guri”, de Chico Buarque de Holanda

Quando, seu moço
Nasceu meu rebento
Não era o momento
Dele rebentar
Já foi nascendo
Com cara de fome
E eu não tinha nem nome
Prá lhe dar
[...]

Olha aí! Olha aí!
Olha aí!
Ai o meu guri, olha aí!
Olha aí!
É o meu guri e ele chega!

Filmes :

Cidade Baixa
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(Brasil, 2005; 93 min)

Direção: Sérgio Machado
Elenco: Wagner Moura, Lázaro Ramos, Alice Braga.

Sinopse: Deco e Naldinho se conhecem desde garotos, sendo difícil até mesmo falar em um sem se lembrar do outro. Eles ganham a vida fazendo fretes e aplicando pequenos golpes a bordo de um barco a vapor. Um dia conhecem a stripper Karinna e se envolvem.
Aos poucos, desgastam a relação, chegam a se separar, mas não conseguem ficar sozinhos. Eles se reaproximam e se deparam com um caminho sem volta.

Comentário: Entre as dificuldades de relacionamento, o filme mostra o cotidiano das pessoas dessa região. Fala de pobreza, drogas, prostituição e violência. Pode ser interessante para a ajudar na compreensão de algumas características da vida na Cidade Baixa, em Salvador.


O contador de histórias
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(Brasil, 2009; 100 min)
Direção: Luiz Villaça
Elenco: Maria de Medeiros, Daniel Henrique, Paulinho Mendes, Cleiton Santos, Malu Galli.

Sinopse: Baseado em fatos reais. Minas Gerais, anos 70. Nascido numa favela de Belo Horizonte, desde os 6 anos, Roberto Carlos Ramos já demonstra enorme talento para contar histórias. Caçula de dez irmãos e morador de favela, é o escolhido por sua mãe para ir viver numa nova instituição anunciada pelo governo como uma oportunidade para aqueles que viviam na pobreza.

Comentário: filme de recente produção brasileira, que, apesar de não tratar da região da Bahia, discute muitos dos mesmos temas que aparecem em Capitães da Areia, como o relacionamento entre meninos de rua, a dificuldade de se inserirem dignamente na sociedade e principalmente as condições ruins enfrentadas por eles nas instituições que deveriam ser ‚de educação. Pode ser interessante para a compreensão de como se organizam essas instituições e como as crianças que passam por elas as veem. Talvez também seja interessante para pensar na organização de outros grupos de menores, diferentes dos Capitães em alguns aspectos, mas muito próximos em outros.

RESUMO DA BIOGRAFIA DE JORGE AMADO


Nascido em Itabuna, Bahia, no dia 10 de agosto de 1912, Jorge Amado passou a infância na cidade de Ilhéus, onde presenciou a luta entre fazendeiros e exportadores de cacau, inspiração para vários de seus livros. A partir de 1930, na cidade do Rio de Janeiro, começou a estudar direito e a lançar romances. As obras eram marcadas pelo realismo socialista: se passavam nas plantações de cacau do sul da Bahia ou na cidade de Salvador e mostravam os conflitos e as injustiças sociais. ‘O país do carnaval’ (1932), ‘Cacau’ (1933), ‘Suor’ (1934), ‘Jubiabá’ (1935), ‘Mar morto’(1936), ‘Capitães de areia’ (1937), ‘Terras do sem fim’ (1942), ‘São Jorge dos Ilhéus’ (1944) e ‘Os subterrâneos da liberdade’ (1952) fazem parte da leva. Nessa primeira fase, seus livros eram considerados documentários dos problemas brasileiros causados pela transição de uma sociedade agrária para industrial.Eleito deputado federal pelo Partido Comunista Brasileiro em 1945, teve seu mandato cassado como os de todos os membros da mesma agremiação. Viajou então pela Europa e pela Ásia e voltou ao país em 1952. Quatro anos mais tarde, fundou o semanário ‘Para todos’, sendo eleito para a Academia Brasileira de Letras em 1961.A segunda fase de sua obra começou com o lançamento de ‘Gabriela, cravo e canela’, em 1958. Seus textos passaram a se caracterizar pelas sátiras e pelo humor. Nela ainda foram publicados sucessos como ‘Dona Flor e seus dois maridos’ (1966), ‘Tenda dos milagres’ (1969), ‘Teresa Batista cansada de guerra’ (1973) e ‘Tieta do Agreste’ (1977), entre outros. Jorge Amado escreveu ainda ‘O mundo da paz’ (1950), um relato de viagem, ‘Bahia de todos os santos’ (1945), um guia da cidade de Salvador, ‘O cavaleiro da esperança’ (1945), a história de Luis Carlos Prestes, e ‘ABC de Castro Alves’ (1941), uma biografia de Castro Alves. Aos oitenta anos de idade, em 1992, publicou ‘Navegação de cabotagem’, um romance autobiográfico. Vários de seus trabalhos foram adaptados para rádio, cinema e televisão e foram traduzidos para mais de trinta idiomas, o que lhe rendeu inúmeros prêmios. Em 1979, casou-se com a também escritora Zélia Gattai. O escritor publicou inúmeras obras: 25 romances; dois livros de memórias, duas biografias, duas histórias infantis e uma infinidade de outros trabalhos, entre contos, crônicas e poesias. Faleceu em Salvador no dia 6 de agosto de 2001.

ENTREVISTA DE JORGE AMADO A CLARICE LISPECTOR

(para a revista Manchete, com primeira publicação em 1975.)

JORGE AMADO
"O público é que tem compromisso comigo, e não eu com ele."

Infelizmente na época não pude visitar Jorge Amado em sua casa em Salvador, Bahia, que dizem ser uma casa bela e singular: é que Jorge já estava há dois meses no sítio do tapeceiro Genaro de Carvalho, tendo como companhia única sua esposa Zélia. No sítio, a uns vinte quilômetros de Salvador, Jorge podia esquivar-se a visitas, pois estas, mesmo que simpáticas, o impediriam de trabalhar. No meio de uma chuva torrencial fui ao sítio, tendo tido o trabalho prévio de avisá-lo e de perguntar-lhe se me daria uma entrevista. Lá fui recebida pelo casal com um refresco de mangaba.

Que é que você está escrevendo agora, Jorge?

Um novo romance, que trata ao mesmo tempo da vida popular baiana e da vida de setores da pequena burguesia, da intelectualidade. O livro tem dois espaços e dois tempos: um tempo pretérito, quando o personagem é apresentado numa série de acontecimentos de sua vida – entre 1868 e 1943, quando morre – e essa é a parte fundamental do romance; um tempo atual, 1968, quando o centenário de nascimento do personagem é comemorado com grandes festejos. Teremos, assim, duas faces de Pedro Archanjo – a ‚pura. e a impura –, uma espécie de pequeno escritor – ou sociólogo, talvez poeta – desconhecido. Não tenho ainda título definitivo para o livro, que poderá se intitular Meu bom.

Qual é o seu método de produção?

Parto, em geral, de uma ideia, de um fato, de uma impressão ou emoção. Durante anos esse ponto de partida vive dentro de mim, de repente se afirma, começo a ver personagens e ambientes. A história vem na máquina de escrever.

Você se inspira em fatos reais ou os imagina?

As duas coisas: parto de minha experiência de vida para a criação. Invento muito, mas nunca invento no ar, minha inventiva tem sempre algo em que se apoiar.

Você está rico com os seus livros?

Não creio que livro enriqueça ninguém no Brasil, a não ser a editores (todos que conheço estão ricos) e a livreiros. Sou pobre, felizmente, mas ganho com meus livros o suficiente para viver vida modesta e digna com minha família. Escritor profissional, vivo exclusivamente dos direitos autorais de meus livros – escrevo pouquíssimo e cada vez menos para revistas e jornais, e essa rara colaboração não pesa sequer no meu orçamento.

Faça uma crítica de seus próprios livros.

São os livros que eu posso fazer. Busco fazê-los o melhor que posso. São rudes, sem finuras nem filigranas de beleza; são, por vezes, ingênuos, sem profundezas psicológicas e sem angústias universais; são pobres de linguagem e muitíssima coisa mais. São livros simples de um contador de história da Bahia.

Você gostaria de escrever diferente ou está comprometido demais com o seu público?

Eu escrevo como me agrada; não há escritor mais livre neste país. Não tenho compromissos senão comigo mesmo: nem com modas, nem com escolas, nem com circunstâncias, nem com academias, nem com editores, nada. Tenho um único compromisso: com o povo – e não é demagogia, sou o antidemagogo. Com o povo, porque creio que meu dever de escritor é servi-la. Quanto ao público, é ele que tem compromisso comigo e não eu com ele.

Desde que idade você escreve?

– Desde muito tempo. Com 15 anos, ou 16, já fazia parte de grupos de jovens literatos em Salvador. Aos 18 anos escrevi o primeiro romance, publicado no ano seguinte.

Quando você esta escrevendo, espera pela inspiração ou trabalha com disciplina, tantas e tantas horas por dia?

Inspiração? Inspiração para mim é a ideia, é o amadurecimento interior – eu prefiro a palavra vocação: você nasce ou não para escrever, e acabou. O trabalho só não basta. Mas o trabalho é essencial, fundamental e deve ser disciplinado. Levo anos sem fazer nada – quero dizer, sem estar na máquina a bater as páginas de um livro: durante esse tempo estou concebendo a ideia do romance – a isso chamo de inspiração. Depois vou para a máquina e trabalho com muita disciplina, 'tantas e tantas horas'. No momento, por exemplo, acordo às 5 da manhã, antes das 6 já estou na máquina e trabalho até as 13 horas. Almoço, descanso, atendo minha secretária, às 17 volto ao trabalho até as 19, exceto aos sábados e domingos, quando não cumpro o horário das 17 às 19 horas e passo a tarde jogando pôquer ou conversando com amigos.

Você é um homem feliz e realizado, Jorge?

Sou, creio, um homem a quem a vida muito tem dado, mais do que mereço. Tenho alegria de viver, amo a vida e sempre a vivi ardentemente. Sou feliz com minha mulher, Zélia, e meu casal de filhos: João, com suas barbas e seu teatro; Paloma, com seu dengue e seu Garcia Lorca. Minha mulher é leal companheira. Tenho mãe viva, de 86 anos, Lalu, poderosa figura. Tenho dois irmãos que são amigos fiéis – um deles, James, é o bom escritor da família, em minha opinião. Tenho amigos excelentes; a amizade é o bem da vida. Vivo muito com meus
amigos. Quanto a ser realizado, penso que o escritor que um dia se considere realizado, se não for um idiota (e deve ser) tem o dever de deixar de escrever, pois já se realizou.

Disseram-me que ninguém passa por Salvador sem querer conversar com você – é verdade?

Vem muita gente à minha casa, o que é, ao mesmo tempo, simpático e maçante, às vezes. Em certas ocasiões, é demais. Agora mesmo, para trabalhar, tive de vir para o sítio de Genaro de Carvalho, nosso mestre tapeceiro.

Você é tão hábil em escrever, que se lhe dessem um tema você aceitaria? Ou o tema tem que nascer de você mesmo?

Nunca aceitei encomenda nem penso em aceitá-las. Apenas uma vez deram-me um tema: conto destinado para um livro Os Dez Mandamentos, onde colaboram mais nove autores. O editor deu-me o tema para a história e eu aceitei escrevê-la. E a encomenda, pois cumpro meus compromissos, foi uma das piores coisas que escrevi. Sou um escritor profissional, porque escrever livros é minha profissão, e não um hobby, um bico ou uma 'ocupação fundamental...' de fim de semana. Sou, assim, um escritor comercial. Escrevendo meu quarto livro num espaço de tempo de 12 anos, ou seja, em média um livro de quatro em quatro anos. Quisesse eu escrever para ganhar dinheiro e, com o público que possuo, era livro de seis em seis meses, sobretudo se sou realmente 'hábil' como você diz. Só escrevo aquilo que nasce e cresce dentro de mim.

Quem é o escritor brasileiro do passado que você mais admira?

Não posso citar um, impossível, não há um acima de três ou quatro. Digamos quatro poetas: Castro Alves, Gregório de Matos, Gonçalves Dias e Augusto dos Anjos. Digamos os romancistas Manuel Antônio de Almeida, José de Alencar, Aluísio de Azevedo e Machado de Assis.

Qual foi o fato mais importante de sua vida, Jorge?

Vários fatos foram importantes e várias pessoas. O padre Cabral, por exemplo, que, no internato dos jesuítas, declarou em aula que eu seria fatalmente escritor, quisesse ou não.

Você está de algum modo ligado a alguma religião? Nunca teve uma experiência mística?

Não sou religioso, não possuo crença religiosa alguma, sou materialista. Não tive experiências místicas, mas tenho assistido a muita mágica, sou supersticioso e acredito em milagres, a vida é feita de acontecimentos comuns e de milagres. Não sendo religioso, detenho um alto título no candomblé baiano, sou Obá Otum Arolu, um dos 36 obás. Distinção que os meus amigos do candomblé me conferiram e que muito me honra.

Você costuma ler as traduções que fazem de seus livros? Porque eu, por exemplo, jamais leio para me poupar a raiva.

Prefiro as traduções em língua que não posso ler. Nas outras você descobre erros e se chateia. É assim ou não com você?

Exatamente assim: fiquei contente com dois de meus livros traduzidos. O que mais diverte você? Você tem algum hobby?

Quem não tem um hobby? Jogo meu pôquer, adoro meus gatos, meu jardim que é quase uma floresta. Leio romances policiais quando estou escrevendo.

Você já escreveu poesia? É melhor confessar.

Da pior espécie possível, mas felizmente pouquíssima e inédita.

A que atribui o sucesso enorme de seus livros?

Atribuo à qualidade brasileira; a estar do lado do povo; a transmitir esperança e não desesperança.

Que é que você gostaria de ter sido e não foi?

Não creio que prestasse em profissão nenhuma. Tenho grande tendência a não fazer nada que seja obrigação.

Você escreve muito sobre o amor. O que é amor?

É a própria vida, é o melhor da vida, tudo. No amor não sou profano, aí não. Sou sectário.

Qual de seus personagens é mais você mesmo?

Todos os personagens têm um pouco do autor, não é assim, Clarice?

É assim, Jorge. Alguns acusam você de superficialidade nos últimos livros. Que é que você acha disso?

Os primeiros são, a meu ver, mais superficiais.

Voltemos ao assunto da tradução. Em quantos países você foi traduzido?
Até agora em 33 línguas, algumas realmente distantes, como o vietnamita, o persa, o mongol. Fui publicado, não contando o Brasil, em 38 países. Algumas traduções em inglês têm edições dos Estados Unidos, da Inglaterra e do Canadá, em alemão, nas duas Alemanhas, na Áustria, na Suíça. Aliás, com as edições portuguesas, a soma se eleva a 39 países.

Capa: Alemanha Argentina Croácia Espanha

Qual ou quais são as cidades aonde a atmosfera conduz um artista a criar mais e melhor?

Penso que existem duas cidades feitas à medida do homem, cidades que não são, ainda e somente, campos de trabalho: Salvador da Bahia de Todos os Santos e Paris.

Aqui, em Salvador, eu realmente senti que poderia escrever mais e melhor. Mas o Rio de Janeiro, com o seu ar poluído, não é nada mau, Jorge. Coloca-nos frente a frente com condições adversas e também dessa luta nasce o escritor. É verdade que muitos escritores que moram no Rio são saudosistas de seus estados e têm nostalgia da província. Talvez.

(In: LISPECTOR, Clarice. De corpo inteiro. Rio de Janeiro: Rocco, 1999. p. 11-16.)


MODERNISMO E JORGE AMADO

Fonte:http://www.ciadaescola.com.br/_.../obriga_download.asp?...%20Capitaes%20da%20Areia...%20Capitaes%20da%20Areia%20 (Artigo) Jorge Amado-Autoria do Resumo e Análise: Lígia Rodrigues Balista
Capitães da Areia é uma obra que se enquadra na Segunda fase do Modernismo brasileiro (1930 – 1945). Na prosa, se consolida nesse período a manifestação do romance regionalista nordestino, que trabalha a desgraça e a opressão do homem, apresentando tipos marginalizados. Através deles analisa toda a sociedade. Jorge Amado se destaca com seus romances nessa fase, ao lado de José Lins do Rego, Raquel de Queiroz e Graciliano Ramos – personalidades políticas e das letras com quem o escritor mantinha amizade.
A convivência com o Movimento de 30 marca a personalidade desse escritor, especialmente na preocupação com os problemas brasileiros. É nesse período que a escritora Raquel de Queiroz lhe apresenta os ideais igualitários do comunismo. Fases da obra de Jorge Amado A obra literária de Jorge Amado pode ser dividida em três fases: uma com predomínio de preocupações político-sociais, no começo da carreira; outra sobre o ciclo do cacau; e outra ainda com maior exploração do lirismo e da sensualidade feminina. Na primeira incluem-se Capitães da Areia, Suor, Jubiabá e Mar Morto; na segunda, as obras Cacau, Terras do Sem-Fim e São Jorge de Ilhéus; na terceira, iniciada com Gabriela, cravo e canela (que apesar de se passar na zona do cacau não é sobre o ciclo do cacau em si), incluem-se Dona Flor e seus Dois Maridos, Teresa Batista Cansada de Guerra e Tieta do Agreste.
Capitães da Areia foi escrito em 1937, pouco depois da implantação do Estado Novo por Getúlio Vargas. Jorge Amado o escreve durante uma longa viagem que fez pelo Brasil, pela América Latina e pelos Estados Unidos. Ao retornar, é preso pela segunda vez devido à supressão da liberdade política que decorria do Estado Novo.
Consta que o livro foi censurado e que se queimaram cerca de mil exemplares em praça pública, em Salvador. Somente em 1944 a obra é reeditada e volta às livrarias, tendo, desde então, muitas edições em português e em outros idiomas.
O Jornal de Salvador de 1937 noticiou a queima dos livros de Jorge Amado pela polícia do Estado Novo em matéria intitulada: “Incinerados vários livros considerados propagandistas do credo vermelho”. A notícia explica que os livros de Jorge Amado e de José Lins do rego foram os mais atingidos na apreensão, que incinerou livros “julgados como simpatizantes do credo comunista”, com termo oficial datado de 19 de novembro de 1937. 9 Alfredo Bosi indica que Capitães da Areia veio após um primeiro momento de consolidação da fórmula do “romance proletário”, em que o autor trabalha já com depoimentos líricos em torno de amores marinheiros. Chama essa fase de “ciclo de romances urbanos de Salvador”.
Este livro foi, assim, escrito na chamada primeira fase da carreira de Jorge Amado, na qual se notam grandes preocupações sociais (com denúncia da miséria e da opressão das classes populares). Os Capitães da Areia são heróis no ‚estilo Robin Hood.As autoridades e o clero são retratados como opressores, cruéis e responsáveis pelos males (Padre José Pedro é, de certa forma, uma exceção). Há, ao longo da narrativa, um aumento de consciência sobre a situação geral do país e em particular daqueles meninos, num encaminhamento para a luta política.
É um livro que, de certa forma, rompe com questões do romance tradicional, sendo, junto com outros dessa fase de Jorge Amado, um romance de denúncia social, que retrata o
amor proletário entre Dora e Pedro Bala. É considerado um romance lírico-revolucionário, que expressa o desejo por uma sociedade igualitária.
FOCO NARRATIVO


O foco narrativo presente em Capitães de Areia está na 3ª pessoa do discurso, com narrador onisciente, podendo este se deslocar de um personagem para outro,ccolocando em sua voz as reflexões e os sentimentos das personagens. O discurso indireto livre comprova essa onisciência em vários momentos, nos apresentando as reflexões por que passa cada personagem através de uma identificação com o narrador. Porém, pode-se observar um distanciamento em alguns trechos, quando o narrador adota uma visão panorâmica que se distancia do mundo interior das personagens para olhar para o amplo espaço da cidade. Há também distanciamento quando se apresentam alguns textos jornalísticos, que têm um tom pretensamente mais frio e objetivo, já que vêm por uma voz oficial, que mesmo que tome partido, tem um olhar diferente do que tem o narrador do resto do romance ,que adere mais emotivamente ao mundo das crianças.
Pode-se observar então que existe adesão aos humildes e distanciamento dos prepotentes na escolha da voz narrativa.
ESPAÇO

A narrativa se passa na capital da Bahia, Salvador, com foco na praia . A importância da cidade é tem grande que esta quase assume um papel de personagem, com vida própria.O principal local de desenvolvimento da narrativa é em torno do Trapiche, onde moram as ; mas também é de importância o Terreiro de Jesus (na época, lugar de destaque comercial de Salvador); e o Corredor da Vitória (área nobre de Salvador).
Há também espaços secundários, como o sertão nordestino narrado na viagem de Volta Seca ao encontro do grupo de Lampião e as referências a Ilhéus, Aracaju e Rio de Janeiro (esta última, na menção à exposição dos quadros do Professor).

TEMPO

O tempo é impreciso e um pouco extenso, com poucas indicações de fatos históricos.A passagem do tempo se mantém, no geral, em ordem cronológica, com algumas interrupções em flash-backs para o passado de algumas personagens. Mas a estrutura geral das ações é simples e linear, mostrando o início das aventuras dos Capitães da Areia, sua rotina de sobrevivência, o apogeu do grupo com a chegada de Dora e a partida de alguns membros mais velhos, que seguem diferentes caminhos.
A passagem do tempo algumas vezes é marcada por referência a características da natureza como do sol, da lua e do mar.

SÍNTESE DO ENREDO


Primeira parte

O autor inicia a obra contando algumas histórias sobre alguns dos principais Capitães da Areia, um grupo de quase cem meninos morando num trapiche abandonado. Esses meninos são ainda muito crianças, possuindo menos de 15 anos. Neste grupo existe a liderança de Pedro Bala, que conta com ajuda de alguns meninos de sua maior confiança, que são o Professor, Gato, João Grande, Sem -pernas, Volta Seca e Pirulito.O clímax da primeira parte vem em dois momentos: quando os meninos se envolvem com um carrossel que chegou à cidade e experimentam com isto sensações infantis, que a maioria deles nunca havia sequer experimentado; e quando a varíola ataca a cidade, matando um um de seus menbros,Almiro,apesar da tentativa do padre José Pedro em ajudá-los.

Segunda parte

Nesta parte é relatada a história da entrada da menina Dora que após perder seus pais e ficar sozinha com seu irmão mais novo, entra para os Capitães da Areia. Assim ela se torna a primeira menina no grupo. Inicialmente os meninos pensam em estuprá-la, mas com o tempo ela se torna tal qual uma mãe ou irmã para todos. Ela e Pedro Bala se apaixonam e Dora se torna "sua esposa". Ela e Pedro Bala são capturados após um roubo e ele é enviado ao reformatório e ela ao orfanato, sendo muito castigados. Conseguindo fugir, com a ajuda dos meninos bastante enfraquecidos, amam-se pela primeira vez na praia. Logo em seguida Dora que estava ardendo em febre morre.

Terceira parte

É relatada a separação dos meninos. Sem-Pernas se mata antes de ser capturado pela polícia, que odeia; Professor parte para o Rio de Janeiro onde se torna um pintor de sucesso, entristecido com a morte de Dora; Gato se torna um malandro de verdade e bem sucedido, abandonando sua amante Dalva; Pirulito se torna frade; padre José Pedro finalmente consegue uma paróquia no interior, e vai para o sertão; Volta Seca se torna um cangaceiro do grupo de Lampião e mata mais de 70 soldados antes de ser capturado e condenado; João Grande torna-se marinheiro; Querido-de-Deus continua sua vida de saveirista e capoeirista; Pedro Bala, cada vez mais fascinado com as histórias de seu pai, sindicalista, vai se envolvendo com os doqueiros e os Capitães da Areia auxiliam nas greves.Pedro Bala abandona a liderança do grupo, mas antes os transforma numa espécie de grupo de choque. Assim, ele deixa de ser o líder dos Capitães da Areia e se torna um líder revolucionário comunista, partindo ao final em um navio.

Gato- garoto que dentro do possível, anda sempre elegante. É conquistador, vive no meio das prostitutas e se envolve com uma delas, passando a ser seu amante ainda muito novo.

Pirulito- menino magro, alto e com aspecto frágil. Único apegado a Deus e aos santos, por isso procura evitar participar de certos atos cometidos pelo grupo. Ao final da narrativa torna-se frade com a ajuda do padre José Pedro.

João Grande- negro grande e forte, de bom coração,entrou aos 9 anos para os Capitães da Areia. É muito próximo a Pedro Bala e ao Professor.

Volta Seca- afilhado de Lampião, odiava as autoridades e desejava se tornar cangaceiro com seu padrinho. Ao final da narrativa ele se junta a Lampião se tornando um dos mais cruéis e temidos cangaceiros. É preso e julgado por algumas mortes.

Dora- Com aproximadamente 14 anos, após a morte dos pais entra para os Capitães de Areia levando consigo seu irmão mais novo. Loira, bonita, dócil, com o corpo se transformando em mulher, acaba despertando o desejo de muitos meninos. Mas após um tempo se torna a figura materna para eles. Pedro Bala se apaixona por ela, e também o professor, mas ela se torna "noiva" de Pedro Bala. Morre antes do final da narrativa.

Padre José Pedro- religioso que se aproxima dos meninos no intuito de ajudá-los e tirá-los desta vida. Desta forma contraria muitas vezes as leis e a moral estabelecidas pela sociedade e pela igreja.

Don'Aninha- mãe de santo, amiga e protetora dos Capitães.

João Adão- estivador negro e forte, antigo grevista, era amigo do pai de Pedro Bala. Possui bastante influência nas reflexões e decisões de Bala.

Querido-de-Deus- capoeirista e saveirista, amigo dos Capitães.

Dalva-prostituta e amante de gato.

Continuação dos principais personagens

Professor-possui este apelido por gostar de ler e desenhar e contar histórias ao grupo(é o único dos meninos que sabe ler fluentemente). Com sua inteligência sempre ajuda a elaborar os planos dos roubos. No final da narrativa vai se tornar um pintor famoso no Rio de Janeiro, passando a ser reconhecido como João José.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

As Personagens Principais em Capitães da Areia

Vamos fazer um breve perfil das principais personagens? Quais as suas principais qualidades? Quais são seus dons especiais?

PEDRO BALA – Líder dos Grupo. Possui cabelo  loiro e uma cicatriz no rosto, fruto da luta em que venceu o antigo líder do bando. Orgulhoso em saber que seu pai, o Loiro, era estivador e lider grevista.
SEM- PERNAS - Jovem malandro que usa de sua deficiëncia física para facilitar o roubo do grupo.

domingo, 17 de outubro de 2010

O Descaso Social - Parte I

A Obra de Luiz Buñuel retrata a vida de grupo de delinquentes no México e o drama de Pedro, um menino rejeitado pela mãe, que se envolve em um homícidio.

O Descaso Social - Parte II

A Obra de Jorge Amado traz à tona a triste vida dos meninos de rua na Bahia. Além de mostrar a rotina diária e violenta dos meninos, o romance procura retratar também, através de uma linguagem poética, a ingenuidade típica de toda criança.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Bom, ao término da leitura, chego a conclusão que o Livro "Capitães de Areia" revela a representação perfeita da vida de pequenos meninos abandonados, que por não terem uma oportunidade melhor, vive de pequenos furtos para sobreviverem, tendo em vista pessoas desatentas, tornando-se o furto mais viável. Em alguns casos os meninos gostam de roubar; porém alguma fatalidade os levou a ter gosto pela dor alheia ou desejo por enganar homens no cais.